quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Cultura do Sapoti (Acharas zapota)



Cultivo de sapotizeiro

O Sapoti (Acharas zapota) nativo do sul do México e da América Central, onde pode ser encontrado em abundância, espalhou-se por toda América tropical, Caribe e América do Sul e nas áreas mais quentes da Flórida. Nas regiões de origem é muito apreciado e considerado um dos melhores frutos pelo sabor característico. 
O sapotizeiro é caracterizado no Brasil como espécie exótica, sendo cultivada no Nordeste, especialmente na Zona da Mata, onde as condições climáticas e de solo são bastante favoráveis ao seu desenvolvimento. Em virtude do sabor e aroma dos seus frutos, o sapoti tem sido comercializado nos mercados regionais a preços bastante elevados. Em análises feitas pela Embrapa Agroindústria Tropical foi encontrado um alto grau Brix ( 25,98), em frutos colhidos dos experimentos conduzidos no Campo Experimental do Curu, em Paraipaba,CE. No Brasil, o maior percentual de consumo do sapoti refere-se ao fruto "in natura". Nos Estados Unidos, além de ser consumido ao natural, seu latex é utilizado na fabricação de chicletes. No México é utilizado também na fabricação de geléias, refrescos e xaropes. 



Plantio - Em Pernambuco o plantio é feito geralmente nos meses de maio e junho, e a colheita é feita dois anos depois, de junho a agosto, período de colheita relativamente curto. No Ceará, quase toda a produção de sapoti concentra-se na região metropolitana de Fortaleza e é proveniente, quase sempre, de plantios domésticos antigos. Essa situação está sendo revertida com a divulgação de técnicas de irrigação e a produção de mudas. Esse novo cenário tem estimulado os produtores, sobretudo os pequenos, pois o plantio irrigado propicia uma renda constante, uma vez que as plantas passam a produzir o ano todo, ao contrário de antes quando a oferta era concentrada nos meses de outubro, novembro e dezembro. 

Clima - O sapotizeiro, por ser uma planta de origem tropical, adapta-se bem em quase todo território nacional. É encontrado produzindo desde o nível do mar até 2.500m de altitude, onde as precipitações estão sempre acima de 1.000mm anuais. Plantas novas perecem em temperaturas abaixo de 0°C, enquanto plantas adultas sobrevivem em torno de 2°C 

Solo e Adubação - O sapotizeiro desenvolve em quase todos os tipos de solos, inclusive os calcários, entretanto adapta-se melhor aos solos ricos e bem drenados. 
Como sugestão de adubação a Embrapa Agroindústria Tropical, localizada em Fortaleza, CE, indica os seguintes fertilizantes e quantidades: na época do plantio - 670g/planta de superfosfato simples e 50 de FTE; plantio com um ano - 230g/planta de uréia, 380g/planta de cloreto de potássio e 50 de FTE; do segundo ano em diante - 975g/planta de uréia; 700g/planta de superfosfato simples; 600g/planta de cloreto de potássio e 80 de FTE. De acordo com pesquisa da Embrapa, o sapotizeiro mostrou-se muito bem adaptado ao solo e ao clima da região do Vale do Curu e Paraipaba, no Estado do Ceará. Para suprir as necessidades hídricas da cultura sugere-se aplicar uma média de 50 a 60 litros de água por planta, em dias alternados, nos solos arenosos, típicos do litoral cearenses, a irrigação localizada é a mais recomendada. 

Propagação - A propagação do sapotizeiro é feita normalmente por meio de sementes, obtendo-se os chamados "pé franco". Esta prática cria inúmeras desvantagens quando se tem em mente o estabelecimento, em escala comercial, desta fruteira tropical. A propagação vegetativa poderá ser feita por enxertia (encostia e garfagem em bisel), com bastante êxito. Nessa ocasião os cavalos devem ter seguintes dimensões: comprimento de 90 -110 cm e espessura de 7-10 mm. 
O plantio das mudas devem ser no período em que as chuvas estejam regularizadas, utilizando-se um espaçamento de 8 m x 8 m e uma cova de dimensão de 0,40 m x 
0,40 m. 

Poda - Deve-se podar as plantas adultas pelo menos uma vez por ano, para manter o crescimento controlado. A copa nunca deve ultrapassar três metros de altura, isto para facilitar a colheita e todos os tratos culturais. 

Pragas - As principais pragas que atacam o sapotizeiro são: as brocas do caule e dos ramos, e a mosca das frutas. 

Colheita - A colheita é realizada quando os frutos se encontram no estágio "de vez". Os frutos após colhidos são lavados de preferência em água morna, ocasião em que também são retirados os resquícios do cálice, a fim de evitar o fluxo do latex, melhorando dessa maneira a aparência dos frutos. 





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