segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Nutrição da Bananeira


Nutrição


Exigências nutricionais

O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos e necessários para o crescimento e produção da bananeira. Em ordem decrescente a bananeira absorve os seguintes nutrientes: macronutrientes: K > N > Ca > Mg > S > P; micronutrientes: Cl > Mn > Fe > Zn > B > Cu. Em média um bananal retira, por tonelada de frutos, 1,9 kg de N; 0,23 kg de P; 5,2 kg de K; 0,22 kg de Ca e 0,30 kg de Mg.
As quantidades de nutrientes que retornam ao solo (pseudocaules, folhas e rizomas) após a colheita, em um plantio de banana são consideráveis, podendo chegar a valores máximos aproximados de 170 kg de N/ha/ciclo, 9,6 kg de P/ha/ciclo, 311 kg de K/ha/ciclo, 126 kg de Ca/ha/ciclo, 187 kg de Mg/ha/ciclo e 21 kg de S/ha/ciclo, na época da colheita.

Sintomas de deficiências

Assim, pode-se avaliar o estado nutricional da bananeira visualmente. Quando um nutriente está em deficiência, a planta expressa este desequilíbrio por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, por meio de alterações nas folhas, como coloração, tamanho e outras (Tabela 1). Além das folhas, alguns sintomas podem ocorrer também nos cachos e frutos (Tabela 2).
No entanto, a diagnose visual é apenas uma das ferramentas para estabelecer as deficiências nutricionais em bananeira, devendo ser complementada pelas análises químicas de solos e folhas, que confirmarão ou não a deficiência nutricional. Segundo a norma internacional, a folha amostrada para análise química é a terceira a contar do ápice, com a inflorescência no estádio de todas as pencas femininas descobertas (sem brácteas) e não mais de três pencas de flores masculinas. Coleta-se 10 a 25 cm da parte interna mediana do limbo, eliminando-se a nervura central. Este material deve ser acondicionado em saco de papel e encaminhado para análise o mais rápido possível.

Recomendações de calagem e adubação

Pela análise química do solo é possível determinar os teores de nutrientes nele existentes e assim recomendar as quantidades de calcário e de adubo que devem ser aplicadas. Com a aplicação adequada de fertilizantes, espera-se aumento mínimo de 50% na produtividade.

Calagem 

Caso o laboratório não envie a recomendação de calagem, esta pode ser calculada baseando-se na elevação da saturação por bases para 70%, quando esta for inferior a 60%, segundo a fórmula:
onde:
V1 = saturação por bases atual do solo
CTC = capacidade de troca catiônica do solo (cmolc/dm3)
PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário.
A aplicação de calcário, quando recomendada, deve ser a primeira prática a ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, após a aração e incorporado por meio da gradagem. Caso não seja possível o uso da máquina, a incorporação pode ser efetuada na época da capina. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico, que contém cálcio (Ca) e magnésio (Mg), evitando assim, o desequilíbrio entre potássio (K) e Mg e, consequentemente, o surgimento do distúrbio fisiológico “azul da bananeira” (deficiência de Mg induzida pelo excesso de K). Considera-se equilibrada a relação K:Ca:Mg nas proporções de 0,5:3,5:1 a 0,3:2:1.
A presença de camadas subsuperficiais com baixos teores de Ca e/ou elevados teores de Al trocáveis leva ao menor aprofundamento do sistema radicular, refletindo em menor volume de solo explorado, ou seja, menos nutrientes e água disponíveis para a bananeira. O gesso agrícola (CaSO4.2H2O) pode ser

recomendado para correção de camadas subsuperficiais, sugerindo-se aplicar a dose de 25% da necessidade de calagem (NC), para a melhoria do ambiente radicular das camadas abaixo da arável

Adubação

Adubação orgânica
Deve ser usada na cova, na forma de esterco bovino de curral curtido (10 a 15 litros/cova) ou esterco de galinha curtido (3 a 5 litros/cova) ou torta de mamona (2 a 3 litros/cova) ou outros compostos disponíveis. A cobertura do solo com resíduos vegetais de bananeiras (folhas e pseudocaules) pode ser uma alternativa viável para os pequenos produtores sem condições de adubar quimicamente seus plantios, pois aumenta os teores de nutrientes do solo, principalmente potássio (K) e cálcio (Ca), além de melhorar suas características físicas, químicas e biológicas.

Adubação fosfatada
A bananeira necessita de pequenas quantidades de fósforo (P), mas se não aplicado, prejudica o desenvolvimento do sistema radicular da planta e, consequentemente, afeta a produção. A quantidade total recomendada após análise do solo (40 a 120 kg de P2O5/ha) deve ser colocada na cova, no plantio. Pode ser aplicado sob as formas de superfosfato simples (18% P2O5), superfosfato triplo (45% P2O5), fosfato diamônico (DAP) (45% P2O5) e fosfato monoamônico (MAP) (48% P2O5). Anualmente deve ser repetida a aplicação, após nova análise química do solo. Solos com teores de P acima de 30 mg/dm3 (extrator de Mehlich) dispensam a adubação fosfatada.

Adubação nitrogenada
O nitrogênio (N) é um nutriente muito importante para o crescimento vegetativo da planta, recomendando-se de 160 a 400 kg de N mineral/ha/ano, dependendo da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio. Recomendam-se como adubos nitrogenados: uréia (45%N), sulfato de amônio (20% N), nitrato de cálcio (14% N) e nitrato de amônio (34%).

Adubação potássica
O potássio (K) é considerado o nutriente mais importante para a produção de frutos de qualidade superior. A quantidade recomendada varia de 100 a 750 kg de K2O/ha dependendo do teor no solo. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, no 3o ou 4o mês após o plantio. Caso o teor de K no solo seja inferior a 59 mg/dm3, iniciar a aplicação aos 30 dias, juntamente com a primeira aplicação de N. Pode ser aplicado sob as formas de cloreto de potássio (60% K2O), sulfato de potássio (50% K2O) e nitrato de potássio (48% K2O). Solos com teores de K acima de 234 mg/dm3 dispensam a adubação potássica.

Adubação com micronutrientes
O boro (B) e o zinco (Zn) são os micronutrientes com maior freqüência de deficiência nas bananeiras. Como fonte, aplicar no plantio 50 g de FTE BR12 por cova. Para teores de B no solo inferiores a 0,2 mg/dm3 (extrator de água quente), deve-se aplicar 3,5 kg de B/ha e para teores de Zn no solo inferiores a 0,5 mg/dm3 (extrator de DTPA), recomenda-se 15 kg de Zn/ha.

Parcelamento das adubações
O parcelamento vai depender da textura e da CTC (capacidade de troca catiônica) do solo, bem como do regime de chuvas e do manejo adotado. Em solos arenosos e com baixa CTC deve-se parcelar semanalmente ou quinzenalmente. Em solos mais argilosos as adubações podem ser feitas mensalmente ou a cada dois meses, principalmente nas aplicações via solo.

Localização dos fertilizantes
As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto os adubos são distribuídos em meia-lua em frente à planta filha e neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova e ligeiramente incorporada ao solo. Em casos de plantios muito adensados e em terrenos planos, a adubação pode ser feita a lanço, nas ruas. Em plantios irrigados os fertilizantes devem ser preferencialmente aplicados via água de irrigação.
Tabela 1. Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira.
Nutriente
Idade da folha
Sintomas no limbo
Sintomas adicionais
N
Todas as idades
Verde-claro uniforme.
Pecíolos róseos.
Cu
Todas as idades
-
Nervura principal se dobra.
Fe
Jovens
Folhas amarelas, quase brancas.
-
S
Jovens
Folhas, inclusive nervuras, tornam-se verde-pálidas a amarelas.
Engrossamento das nervuras secundárias.
B
Jovens
Listras perpendiculares às nervuras secundárias.
Folhas deformadas (limbos incompletos).
Zn
Jovens
Faixas amareladas ao longo das nervuras secundárias.
Pigmentação avermelhada na face inferior das folhas jovens.
Ca
Jovens
Clorose nos bordos.
Engrossamento das nervuras secundárias; clorose marginal descontínua e em forma de “dentes de serra”; diminuição do tamanho da folha.
Mn
Medianas
Limbo com clorose em forma de pente nos bordos.
Ocorrência do fungo Deightoniella torulosa, que pode contaminar os frutos.
P
Velhas
Clorose marginal em forma de “dentes de serra”.
Pecíolo se quebra; folhas jovens com coloração verde-escura tendendo a azulada.
Mg
Velhas
Clorose da parte interna do limbo; nervura central e bordos permanecem verdes.
Descolamento das bainhas.
K
Velhas
Clorose amarelo-alaranjada e necroses nos bordos.
Limbo se dobra na ponta da folha, com aspecto encarquilhado e seco.
Tabela 2. Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira.
Nutriente
Sintomas
N
Cachos raquíticos, menor número de pencas.
P
Frutos com menor teor de açúcar.
K
Cachos raquíticos, frutos pequenos e finos, maturação irregular, polpa pouco saborosa.
Ca
Maturação irregular, frutos verdes junto com maduros, podridão dos frutos, pouco aroma e pouco açúcar. A sua falta pode ser uma das causas do empedramento da banana ‘Maçã’.
Mg
Cacho raquítico e deformado, maturação irregular, polpa mole, viscosa e de sabor desagradável, apodrecimento rápido do fruto.
S
Cachos pequenos.
B
Deformações do cacho, poucos frutos e atrofiados. A sua falta pode levar ao empedramento da banana ‘Maçã’.
Fe
Pencas anormais, frutos curtos.
Zn
Frutos tortos e pequenos, com ponta em forma de mamilo (Cavendish) e de cor verde-pálida.

Exigências nutricionais

A bananeira demanda grandes quantidades de nutrientes para manter um bom desenvolvimento e obter altos rendimentos, pois produz bastante massa vegetativa e absorve e exporta elevada quantidade de nutrientes. O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos e necessários para o crescimento e a produção da bananeira. Em ordem decrescente, a bananeira absorve os seguintes nutrientes: macronutrientes: K > N > Ca > Mg > S > P; micronutrientes: Cl > Mn > Fe > Zn > B > Cu. Em média um bananal retira, por tonelada de frutos, 1,9 kg de N; 0,23 kg de P; 5,2 kg de K; 0,22 kg de Ca e 0,30 kg de Mg.
As quantidades de nutrientes que retornam ao solo (pseudocaules, folhas e rizomas) após a colheita, em um plantio de banana, são consideráveis, podendo chegar a valores máximos aproximados de 170 kg de N/ha/ciclo, 9,6 kg de P/ha/ciclo, 311 kg de K/ha/ciclo, 126 kg de Ca/ha/ciclo, 187 kg de Mg/ha/ciclo e 21 kg de S/ha/ciclo, na época da colheita.

Sintomas de deficiências

Na carência de um nutriente, a planta expressa este desequilíbrio por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, por meio de alterações foliares, como coloração, tamanho e etc., uma vez que este é o órgão da planta em plena atividade fisiológica e química. Além das folhas, alguns sintomas podem ocorrer nos cachos e nos frutos.
Nitrogênio: Devido à sua mobilidade na planta, os sintomas de deficiência se caracterizam por um amarelecimento (clorose) generalizado nas folhas velhas. Ocorre também redução da distância entre folhas, dando à planta um aspecto de “roseta” formando um leque. O pseudocaule fica fino, os pecíolos delgados e comprimidos, com avermelhamento da bainha, enquanto as folhas apresentam-se pequenas e com uma vida muito curta, afetando negativamente a produção (Fig. 1).
Fósforo: As plantas com deficiência apresentam crescimento atrofiado e raízes pouco desenvolvidas. Os sintomas de deficiência aparecem primeiramente nas folhas mais velhas que são tomadas por uma clorose marginal. No caso de carência aguda, a necrose iniciada nos bordos desenvolve-se descontinuadamente e de modo angular em direção à nervura central, caracterizando o sintoma como dentes de serra (Fig. 2).
Potássio: Este elemento é considerado o mais importante para a nutrição da bananeira, correspondendo a 41% do total de nutrientes na planta. Os sintomas de deficiência são caracterizados pela rápida clorose e murchamento precoce das folhas mais velhas. Esta clorose, inicialmente, é amarelo ouro, depois a folha vai secando e adquirindo a tonalidade alaranjada em todo o limbo foliar. O cacho é a parte mais afetada. Na carência de potássio, os frutos ficam “magros” e os cachos impróprios para comercialização. Deficiência aguda desse nutriente, também denominada de murcha abiótica, causa danos que se assemelham aos do moko da bananeira e aos do mal-do-Panamá” (Fig. 3).
Cálcio: Por ser imóvel na planta, a deficiência se caracteriza por cloroses marginais em forma de dentes de serra, principalmente nas extremidades das folhas novas, via de regra, folhas 2 e 3, corrugamento do limbo e diminuição do tamanho das folhas. Observa-se um raquitismo vegetativo com modificação do arranjo foliar e aspecto deformado do cartucho. Em situação de carência aguda, a planta produz frutos de má qualidade, com tendência a rachaduras antes do início da maturação (Fig. 4).
Magnésio: As folhas apresentam-se com amarelecimento paralelo às margens e progredindo para a nervura principal, em ambos os lóbulos, sendo que apenas uma estreita faixa central, margeando a nervura, permanece verde. Em carência muito acentuada, as margens cloróticas se necrosam e encarquilham. Os cachos em plantas deficientes apresentam-se raquíticos e deformados, com maturação ruim, polpa mole, viscosa e com sabor desagradável (Fig. 5).
Enxofre: As plantas com deficiência apresentam clorose generalizada do limbo das folhas mais novas. Quando a deficiência progride, há necrose das margens do limbo com pequeno engrossamento das nervuras. Em casos graves, ocorre a morte por abortamento do ponteiro vegetativo influenciando significativamente de modo negativo o rendimento dos bananais (Fig. 6).
Boro: A carência se expressa pela baixa germinação do grão de pólen e pequeno crescimento do tubo polínico; menor pegamento de florada afetando negativamente o enchimento dos cachos. O limbo se torna reduzido e irregular, com ondulação das margens. Os perfilhos apresentam sintomas ainda mais pronunciados (Fig. 7).
Cobre: Na carência deste nutriente, a planta apresenta o porte caído em guarda-sol; palidez geral dos limbos, pecíolo e bainhas; e os frutos apresentam manchas de ferrugem, presença de necroses marginais não regulares nas folhas velhas. A planta fica extremamente sensível aos ataques de tripes, de fungos e ao vírus do mosaico.
Ferro: A falta do nutriente leva à alteração na coloração das folhas novas, que apresentam nervuras bem pronunciadas, na tonalidade verde, formando um nítido contraste com o resto amarelado do limbo. Com a severidade da deficiência, as folhas tornam-se totalmente cloróticas e, mais tarde, esbranquiçadas. Ocorrem ainda folhas com aparência lanceolada, que se agrupam em roseta com forma de buquê, como a carência de zinco (Fig. 8).
Manganês: O sintoma de deficiência na fase inicial é brando e visualizado nas folhas mais sombreadas e opacas do terço médio da planta. Observa-se uma clorose em pente, marginal, por vezes com persistência de uma fina barra verde na bordadura das folhas. Em caso de carência aguda, ocorre uma queda expressiva da produção do cacho (Fig. 9).
Zinco: As manifestações de carência de zinco são mais pronunciadas nas folhas mais jovens. Essas folhas apresentam-se pequenas, mais estreitas e pontiagudas, com nervura saliente. Ocorre também uma pigmentação antocianínica no cartucho e na face inferior das folhas jovens, notadamente sobre a nervura central. Em carência muito acentuada, observa-se uma clorose geral do limbo das folhas jovens, com pontuações brancas se destacando sobre o fundo amarelo-pálido. A deficiência desestimula o crescimento, acarretando numa menor frutificação com uma desuniformização do cacho (Fig. 10).
No entanto, a diagnose visual é apenas uma das ferramentas para estabelecer as deficiências nutricionais, devendo ser complementada pelas análises do solo e das folhas.


Amostragem do solo

A análise do solo se inicia no campo com a amostragem do solo. Em seguida, será resumida a metodologia de amostragem para fins de adubação e calagem.
(1)  Profundidades: 0 cm - 20 cm e 20 cm – 40 cm; a última se destina a avaliar a existência de barreiras químicas ao desenvolvimento das raízes (pouco cálcio, muito alumínio) bem como a compactação subsuperficial.
(2)  Cada subamostra deve ser constituída de metade da quantidade de solo retirada na projeção da copa e metade 1/3 além do raio da mesma.
(3)  O talhão amostrado deve ser homogêneo.
(4)  Deve-se amostrar o solo correspondente a 10 plantas.
Para uma coleta representativa, deve-se adotar os seguintes procedimentos:
(a)  Antes do preparo das covas, a área deve ser percorrida em ziguezague e cada talhão de amostragem é separado do outro por cerca de 20 m.
(b)  Em cada talhão, colhe-se com trado ou enxadão, em cada ponto, uma amostra de meio quilo a 0 cm - 20 cm e outra a 20 cm - 40 cm.
(c)  As amostras simples são misturadas num balde, o que vai fornecer as compostas para cada profundidade, separadamente (cada amostra composta deve ser formada por 20 simples).
(d)  No caso de bananal estabelecido, o talhão é percorrido em duas diagonais formando um X, e em cada diagonal são escolhidas sistematicamente 5-6 plantas para coleta do solo.
(e)  Para cada bananeira, são coletadas, ao lado da planta filha, duas subamostras de solo (uma a 0 cm - 20 cm e outra a 20 cm - 40 cm).
(f)    Uma subamostra é realizada na faixa adubada (± 40 cm) e outra fora da faixa adubada.
(g)  Deve-se acondicionar as amostras de solo em sacos limpos, utilizar baldes bem lavados e ao término da coleta realizada em cada talhão, as ferramentas devem ser lavadas com hipoclorito de sódio para não contaminar as outras áreas com patógenos que porventura existam no talhão anteriormente amostrado.

Amostragem para análise foliar

Como regra geral, deve-se coletar a 3a ou 4a folha completamente formada a partir do ápice, no inicio do florescimento. Utiliza-se a porção mediana da folha, excluindo a nervura principal.

Recomendações de calagem e adubação

Pela análise química do solo e das folhas, é possível determinar os teores de nutrientes existentes e assim recomendar as quantidades de calcário e de adubo que devem ser aplicadas.

Calagem

A aplicação de calcário, quando recomendada, deve ser a primeira prática a ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, após a aração e incorporado por meio da gradagem ou na cova de plantio. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico (> 12% de MgO) e PRNT superior a 90%. A quantidade aplicada nas covas (40 cm x 40 cm x 40 cm) deve ser de 100 gramas de calcário para cada tonelada recomendada pela análise de solo.

Adubação orgânica
É a melhor forma de fornecer nitrogênio no plantio, pois as perdas são mínimas; além disso, estimula o desenvolvimento das raízes. Assim, deve ser usada na cova, na forma de esterco bovino de curral (10 a 15 litros/cova) ou esterco de galinha (3 a 5 litros/cova) ou torta de mamona (2 a 3 litros/cova) ou outros compostos disponíveis na região ou propriedade. Vale lembrar que o esterco deve estar bem curtido (por  precaução deve-se esperar 15 dias para o plantio das mudas). A cobertura do solo com resíduos vegetais de bananeiras (folhas e pseudocaules) pode ser uma alternativa para os pequenos produtores, diminuindo a quantidade de adubos químicos pois aumenta os teores de nutrientes do solo, principalmente potássio (K) e cálcio (Ca), além de melhorar suas características físicas e biológicas.

Adubação fosfatada
A bananeira não necessita de grandes quantidades de fósforo (P), mas se não aplicado, prejudica o desenvolvimento e, conseqüentemente, afeta a produção. A quantidade total recomendada após análise do solo (40 a 120 kg de P2O5/ha) deve ser colocada na cova, no plantio. Anualmente deve ser repetida a aplicação, após nova análise química do solo. Solos com teores de P acima de 30 mg dm-3 dispensam a adubação fosfatada. Na adubação de manutenção, os adubos fosfatados devem ser incorporados em meia-lua em frente à planta filha e neta.

Adubação nitrogenada
O nitrogênio (N) é muito importante para o crescimento da planta, recomendando-se de 160 a 400 kg de N mineral/ha/ano, dependendo da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio.

Adubação potássica
O potássio (K) é considerado o nutriente mais importante para a produção de frutos de qualidade superior. A quantidade recomendada varia de 100 a 750 kg de K2O/ha dependendo do teor no solo. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, no 3o ou 4o mês após o plantio. Caso o teor de K no solo seja inferior a 59 mg.dm-3, iniciar a aplicação aos 30 dias, juntamente com a primeira aplicação de N. Solos com teores de K acima de 234 mg.dm-3 dispensam a adubação potássica.

Adubação com micronutrientes
O boro (B) e o zinco (Zn) são os micronutrientes com maior freqüência de deficiência nas bananeiras. Como fonte, aplicar no plantio 50 g de FTE BR12 por cova. Para teores de boro no solo inferiores a 0,2 mg.dm-3, deve-se aplicar 5 kg de B/ha, para teores de zinco no solo inferiores a 0,5 mg.dm-3, recomenda-se 15 kg de Zn/ha e para teores de Mn no solo inferiores a 20 mg.dm-3, deve-se aplicar 5 kg de Mn/ha.

Parcelamento das adubações
O parcelamento vai depender da textura e da CTC (capacidade de troca catiônica) do solo, do regime hídrico da região e do manejo adotado. Em solos arenosos e com baixa CTC, deve-se parcelar semanalmente ou quinzenalmente. Em solos mais argilosos, as adubações com N e K podem ser feitas mensalmente ou a cada dois meses, principalmente nas aplicações via solo. Em bananais cultivados no Estado do Amazonas, recomenda-se o parcelamento de N e K de quatro a cinco vezes/ciclo/planta.

Localização dos fertilizantes
As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto, os adubos são distribuídos em meia-lua em frente à planta filha e neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova. Em plantios irrigados, os fertilizantes podem ser aplicados via água de irrigação.

Exigências nutricionais

A bananeira demanda grandes quantidades de nutrientes para manter um bom desenvolvimento e obtenção de altos rendimentos, pois produz massa vegetativa abundante, como, também, absorve e exporta elevada quantidade de nutrientes. O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos e necessários para o crescimento e produção da bananeira. Em ordem decrescente, a bananeira absorve os seguintes: macronutrientes: K > N > Ca > Mg > S > P; micronutrientes: Cl > Mn > Fe > Zn > B > Cu. Em média, um bananal retira, por tonelada de frutos, 1,9 kg de N; 0,23 kg de P; 5,2 kg de K; 0,22 kg de Ca e 0,30 kg de Mg.
As quantidades de nutrientes que retornam ao solo (pseudocaules, folhas e rizomas) após a colheita, em um plantio de banana, são consideráveis, podendo chegar a valores de 170 kg de N/ha/ciclo, 9,6 kg de P/ha/ciclo, 311 kg de K/ha/ciclo, 126 kg de Ca/ha/ciclo, 187 kg de Mg/ha/ciclo e 21 kg de S/ha/ciclo, na época da colheita.

Avaliação do estado nutricional – Sintomas de deficiência

Quando um nutriente está em deficiência, a planta expressa este desequilíbrio por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, por meio de alterações nas folhas, como coloração e tamanho, vez que estes são órgãos da planta em plena atividade fisiológica e química (Tabela 1). Além das folhas, alguns sintomas podem ocorrer, também, nos cachos e frutos (Tabela 2). Assim, pode-se avaliar o estado nutricional da bananeira observando os sintomas apresentados pela planta.
Tabela 1. Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira.
NutrienteIdade da folhaSintomas no limboSintomas adicionais
N (nitrogênio)Todas as idadesVerde-claro uniforme.Pecíolos róseos.
Cu (cobre)Todas as idades-Nervura principal se dobra.
Fe (ferro)JovensFolhas amarelas, quase brancas.-
S (enxofre)JovensFolhas, inclusive nervuras, tornam-se verde-pálidas a amarelas.Engrossamento das nervuras secundárias.
B (boro)JovensListras perpendiculares às nervuras secundárias.Folhas deformadas (limbos incompletos).
Zn (zinco)JovensFaixas amareladas ao longo das nervuras secundárias.Pigmentação avermelhada na face inferior das folhas jovens.
Ca (cálcio)JovensClorose nos bordos.Engrossamento das nervuras secundárias; clorose marginal descontínua e em forma de “dentes de serra”; diminuição do tamanho da folha.
Mn (manganês)MedianasLimbo com clorose em forma de pente nos bordos.Ocorrência do fungoDeightoniella torulosa, que pode contaminar os frutos.
P (fósforo)VelhasClorose marginal em forma de “dentes de serra”.Pecíolo se quebra; folhas jovens com coloração verde-escura tendendo a azulada.
Mg (magnésio)VelhasClorose da parte interna do limbo; nervura central e bordos permanecem verdes.Descolamento das bainhas.
K (potássio)_VelhasClorose amarelo-alaranjada e necroses nos bordos.Limbo se dobra na ponta da folha, com aspecto encarquilhado e seco.
Fonte: Borges & Oliveira (2006).

Tabela 2. Características observadas nos cachos e frutos de bananeira deficientes em alguns nutrientes.
NutrienteSintomas
N (nitrogênio)Cachos raquíticos, menor número de pencas.
P (fósforo)Frutos com menor teor de açúcar.
K(potássio)Cachos raquíticos, frutos pequenos e finos, maturação irregular, polpa pouco saborosa.
Ca (cálcio)Maturação irregular, frutos verdes junto com maduros, podridão dos frutos, pouco aroma e pouco açúcar. A sua falta pode ser uma das causas do empedramento da banana ‘Maçã’.
Mg (magnésio)Cacho raquítico e deformado, maturação irregular, polpa mole, viscosa e de sabor desagradável, apodrecimento rápido do fruto.
S (enxofre)Cachos pequenos.
B (boro)Deformações do cacho, poucos frutos e atrofiados. A sua falta pode levar ao empedramento da banana ‘Maçã’.
Fe (ferro)Pencas anormais, frutos curtos.
Zn (zinco)Frutos tortos e pequenos, com ponta em forma de mamilo (Cavendish) e de cor verde-pálida.
Fonte: Borges & Oliveira (2006).
No entanto, a diagnose visual é apenas uma das ferramentas para estabelecer as deficiências nutricionais em bananeira, devendo ser complementada pelas análises químicas de solos e folhas. Segundo a norma internacional, a folha amostrada para análise química é a terceira a contar do ápice, com a inflorescência no estádio de todas as pencas femininas descobertas (sem brácteas) e não mais de três pencas de flores masculinas. Coleta-se 10 a 25 cm da parte interna mediana do limbo, eliminando-se a nervura central. Recomenda-se retirar 10 a 20 plantas para cada área de 1 a 4 ha, quando 70% das plantas já estiverem floradas (Fig. 1). Este material deve ser acondicionado em saco de papel e encaminhado para análise o mais rápido possível.

Tabela 3. Faixas de teores de macro e micronutrientes consideradas adequadas para a bananeira, para diferentes cultivares.
N
P
K
Ca
Mg
S
B
Cu
Fe
Mn
Zn
----------------- g/kg ----------------
 -------------- mg/kg ------------
Cultivares: Nanica, Nanicão e Grande Naine
27-36
1,6-2,7
32-54
6,6-12
2,7-6,0
1,6-3,0
10-25
6-30
80-360
200-1800
20-50
Cultivar: Prata Anã
25-29
1,5-1,9
27-35
4,5-7,5
2,4-4,0
1,7-2,0
12-25
2,6-8,8
72-157
173-630
14-25
Cultivar: Pacovan
22-24
1,7-1,9
25-28
6,3-7,3
3,1-3,5
1,7-1,9
13-16
6-7
71-86
315-398
12-14
Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.
Nesse estádio de desenvolvimento, existem teores padrões de nutrientes já definidos, que podem ser utilizados como referência (Tabela 3).

Calagem e adubação



O ponto de partida para suprir as necessidades nutricionais da bananeira começa com a realização da análise química e de fertilidade do solo e, quando possível, da análise química das folhas da planta. A amostragem do solo deve ser representativa de uma área uniforme quanto à cor e textura do solo, topografia, vegetação, produtividade, relevo e histórico da aplicação de corretivos e de fertilizantes. Recomenda-se retirar de 15 a 20 subamostras por área homogênea, na profundida de 0-20 cm e, se possível também, na profundidade de 20-40 cm, para formar uma amostra composta de cada profundidade e encaminhar ao laboratório. As amostras devem ser retiradas com antecedência mínima de 60 dias antes do plantio, para dar tempo de realizar a calagem, caso seja necessária. Após retirar as subamostras, misturá-las bem e enviar ao laboratório uma quantidade aproximada de 500 gramas em caixinha própria ou em saquinhos plásticos sem resíduos (limpos). Caso o solo esteja muito molhado, recomenda-se secá-lo ao ar, antes de colocá-lo na embalagem. Recomenda-se que a análise química do solo seja feita anualmente, a fim de permitir o acompanhamento e a manutenção dos níveis adequados de nutrientes durante o ciclo da planta. Nesse caso, a coleta das amostras deve ser feita na região de aplicação do fertilizante, onde as raízes da bananeira se desenvolvem, ou na faixa úmida da área, quando a adubação for via água de irrigação.

Calagem

A quantidade de calcário a ser aplicado deve ser determinada pelo método da saturação por bases, procurando atingir o valor de 70%, segundo a fórmula:
 

NC = Necessidade de calagem (t/ha), considerando a profundidade de 0 – 20 cm.
V1 = Saturação por bases atual do solo (%).
CTC = Capacidade de troca catiônica do solo (cmolc/dm3).
PRNT = Poder relativo de neutralização total do calcário.

A aplicação de calcário, quando recomendada, deve ser a primeira prática a ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, após a aração, e incorporado por meio da gradagem após a aplicação. Caso não seja possível o uso de máquina (solos com declividade superior a 8%), a incorporação pode ser efetuada na época da capina. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico ou magnesiano, que contém, além do cálcio, teores de óxido de magnésio (MgO) acima de 6%, evitando, assim, o desequilíbrio entre potássio e magnésio e, conseqüentemente, o surgimento do distúrbio fisiológico conhecido como “azul da bananeira” (deficiência de Mg induzida pelo excesso de K). Considera-se equilibrada a relação K:Ca:Mg nas proporções de 0,5:3:1 a 0,3:4:1. Recomenda-se, também, adicionar 300 g de calcário na cova de plantio em solos ácidos (pH em água inferior a 6,0) mesmo que tenha sido realizada a calagem em toda área a profundidade de 0 – 20 cm.
A calagem poderá ser realizada em pomares já implantados e que necessitam de correção de pH do solo. Neste caso, a metade da dosagem recomendada deve ser aplicada inicialmente em toda a superfície do solo, fazendo a aplicação da outra metade com um intervalo de seis meses. A aplicação do calcário sem incorporação é apenas recomendada para solos de textura arenosa e média. No caso de solos argilosos (teor de argila superior a 40%), deve-se fazer a incorporação do calcário nos primeiros 10 cm de profundidade na entrelinha das plantas.
Baixos teores de cálcio e/ou elevados teores de alumínio trocável, nas camadas de solo entre 20 e 60 cm de profundidade impedem o aprofundamento do sistema radicular, refletindo em menor volume de solo explorado pelas raízes, ou seja, menos nutrientes e água estarão disponíveis para a bananeira. O gesso agrícola (CaSO4.2H2O) poderá ser utilizado para aumentar o teor de cálcio e neutralizar o alumínio nas camadas mais profundas. Recomenda-se aplicar a dose de 25% da necessidade de calagem para a melhoria do ambiente radicular do solo abaixo da camada arável.
Nos casos em que o solo apresentar saturação de bases maior que 70% e níveis baixos de cálcio e magnésio, deve-se procurar um técnico para analisar a necessidade de adotar práticas específicas para resolver o problema. Normalmente, essa condição está associada à má drenagem do solo. Os teores baixos de cálcio e magnésio poderão ser aumentados com fontes que não alteram o pH do solo.

Necessidade nutricionais e adubação da bananeira


Os principais solos aptos ao cultivo da bananeira encontrados no Submédio do Vale do Rio São Francisco são pobres em fósforo e materia orgânica. Os Vertissolos, encontrados no município de Juazeiro-BA, apresentam baixa acidez e baixa disponibilidade de micronutrientes. Os Latossolos, Planossolos e Argissolos, normalmente, apresentam acidez leve ou moderada, exigindo que seja realizada a calagem.

Adubação fosfatada


A bananeira necessita de pequenas quantidades de fósforo, mas, se não aplicado, prejudica o desenvolvimento do sistema radicular da planta e, conseqüentemente, afeta a produção. A quantidade total recomendada deve ser colocada na cova, no plantio, em razão de sua baixa mobilidade no solo. Pode ser aplicado sob as formas de superfosfato simples (18% de P2O5) e superfosfato triplo (45% de P2O5). Em solos com altos teores em cálcio (> 7 cmolc/dm3) ou quando se utilizam mudas micropropagadas, as fontes mais recomendadas são o fosfato diamônico (DAP) (45% de P2O5) e fosfato monoamônico (MAP) (48% de P2O5). Anualmente, deve ser repetida a aplicação, após nova análise química do solo. Solos com teores de P acima de 30 mg/dm3 (extrator de Mehlich-1) dispensam a adubação fosfatada.

Adubação nitrogenada


O nitrogênio é um nutriente muito importante para o crescimento vegetativo da planta, recomendando-se de 160 a 400 kg de N mineral/ha/ano, dependendo da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio. Recomendam-se como adubos nitrogenados: uréia (45% de N), sulfato de amônio (20% de N), nitrato de cálcio (14% de N) e nitrato de amônio (34% de N). Para solos com altos teores em cálcio, as fontes fosfatadas recomendadas contêm nitrogênio na forma solúvel - MAP (9% de N) e DAP (16% de N). Para melhorar o aproveitamento dos adubos nitrogenados em cobertura, é recomendável a incorporação dos mesmos no solo a profundidade de 5 a 10 cm. Na cultura irrigada e cultivada em solos de textura areno-argilosa, a incorporação pode ser realizada com a irrigação. Outro cuidado que se deve ter para melhorar o aproveitamento dos adubos nitrogenados é evitar tanto o encharcamento como a falta de umidade do solo,  pois haverá perdas de N por desnitrificação e volatilização, respectivamente.
Vale lembrar que fertilizantes nitrogenados na forma amoniacal, quando aplicados na superfície de solos, levam a perdas de nitrogênio na forma de NH3. As perdas por volatilização podem ser maiores sob pH alto e temperaturas elevadas. A uréia (forma amídica), por apresentar menor custo por unidade de nutriente, é a fonte nitrogenada mais utilizada, além de apresentar baixa corrosividade, alta solubilidade e menor capacidade de acidificação do solo; porém, quando aplicada no solo é hidrolisada a amônio, podendo também ocorrer a volatilização de NH3.
Adubação potássica



O potássio é considerado o nutriente mais importante para a produção de frutos de qualidade superior. A quantidade recomendada varia de 100 a 750 kg de K2O/ha, dependendo do teor no solo e da produtividade esperada (Tabela 4). Recomenda-se, em solos com teores de potássio inferiores a 0,15 cmolc/dm³ (60 mg/dm³), fazer a primeira aplicação por ocasião do plantio. Contudo, nos demais solos, a primeira aplicação pode ser feita em cobertura, no 3o ou 4o mês após o plantio. Solos com teores acima de 0,60 cmolc/dm³ (234 mg/dm³) dispensam a adubação potássica. O nutriente pode ser aplicado sob as formas de cloreto de potássio (60% de K2O), sulfato de potássio (50% de K2O) e nitrato de potássio (48% de K2O).
Adubação com enxofre



O suprimento de enxofre normalmente é feito mediante as adubações nitrogenadas, com sulfato de amônio (23% de S), fosfatada, com superfosfato simples (11% de S), potássica, com sulfato de potássio (16% de S) ou sulfato de cálcio (13% de S) e sulfato de magnésio (13% de S).
Recomendação de adubação da bananeira irrigada



De acordo com as condições de fertilidade do solo, produtividade esperada e época de aplicação, recomenda-se a adubação da bananeira de acordo com a Tabela 4.
Tabela 4. Recomendação de adubação (NPK) nas fases de plantio, formação e produção da bananeira irrigada.
   
N
(kg/ha)

P Mehlich (mg/dm³)
K solo (cmol_c /dm³)
0-6
7-15
16-30
>30
0-0,15
0,16-0,30
0,31-0,60
>0,60
---------- P2O5 (kg/ha) ---------
--------- K2O (kg/ha) ----------
PLANTIO
751
120
80
40
0
0
0
0
0
Dias após o plantio
FORMAÇÃO
30
20
0
0
0
0
20
0
0
0
60
20
0
0
0
0
30
30
0
0
90
30
0
0
0
0
40
30
20
0
120
30
0
0
0
0
60
40
30
0
120-380
100
0
0
0
0
300
250
150
0
Produtividade esperada t/ha
PRODUÇÃO
<20 b="">
160
80
60
40
0
300
200
100
0
20-40
240
100
80
50
0
450
300
150
0
40-60
320
120
100
70
0
600
400
200
0
>60
400
180
120
80
0
750
500
250
0
*Na forma do esterco bovino.
Fonte: Borges at al. (2002).

Adubação com micronutrientes



A aplicação de micronutrientes deverá ser realizada mediante a necessidade indicada por análises químicas de solo e folhas. O boro e o zinco são os micronutrientes que aparecem com maior freqüência de deficiência nas folhas de bananeiras. Para teores de B no solo inferiores a 0,21 mg/dm3 (extrator de água quente), deve-se aplicar 2,0 kg de B/ha e, para teor de Zn no solo inferior a 0,6 mg/dm3 (extrator DTPA), recomenda-se 6,0 kg de Zn/ha.
Adubação orgânica



É a melhor forma de fornecer nitrogênio no plantio, principalmente quando se utilizam mudas convencionais, pois as perdas são mínimas; além disso, estimula o desenvolvimento das raízes. Assim, deve ser usada, na cova, 10 a 15 litros de esterco bovino, 3 a 5 litros de esterco de galinha curtido (3 a 5 litros/cova) ou torta (2 a 3 litros de mamona) ou ainda outra matéria orgânica disponível e de boa qualidade (10 litros/cova). Os resíduos vegetais de bananeiras (folhas e pseudocaules) devem permanecer na área como cobertura do solo, pois contribuem para o aumento dos teores de nutrientes do solo, principalmente potássio e cálcio, além de melhorar suas características físicas, químicas e biológicas. O uso de matéria orgânica traz, como principal vantagem, o aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo, aumentando seu potencial de produtividade.
Parcelamento das adubações



O parcelamento vai depender da textura e da CTC do solo, bem como do regime de chuvas e do manejo adotado. Em solos arenosos e com baixa CTC, deve-se parcelar semanalmente ou quinzenalmente. Em solos mais argilosos, as adubações podem ser feitas mensalmente ou a cada dois meses, principalmente nas aplicações manuais, em forma sólida.
Localização dos fertilizantes



As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto, os adubos são distribuídos em meia-lua em frente à planta filha e neta (Fig.2), devendo ser incorporados ao solo com ferramentas ou por uma lâmina de irrigação. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova e ligeiramente incorporada ao solo. Em casos de plantios muito adensados e em terrenos planos, a adubação pode ser feita a lanço nas ruas, seguida de irrigação.



Fertirrigação


Em áreas irrigadas, recomenda-se a aplicação dos fertilizantes via água de irrigação, denominada de fertirrigação. É um meio eficiente de nutrição, pois combina dois fatores essenciais para o crescimento, desenvolvimento e produção: água e nutrientes. Essa prática é indicada para os sistemas localizados (microaspersão e gotejamento), vez que aproveita as características próprias do método, tais como baixa pressão, alta freqüência de irrigação e possibilidade de aplicação da solução na zona radicular, tornando mais eficiente o uso do fertilizante. Além disso, a fertirrigação é uma forma de reduzir as perdas de N por volatilização. A freqüência de fertirrigação pode ser a cada 15 dias em solos com maior teor de argila; em solos mais arenosos, recomenda-se a freqüência de fertirrigação semanal. Para o monitoramento da fertirrigação, recomenda-se a análise química do solo, incluindo a condutividade elétrica, verificando se estão de acordo com os valores esperados ou permitidos.






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